Na visita de Joseph Choukroun ao Brasil, o uso do Plasma Rico em Fibrina (PRF)
ganha espaço entre os implantodontistas para a manipulação de tecidos.
Desenvolvida há cerca de dez anos pelo médico francês Joseph Choukroun, a técnica PRF – Plasma Rico em Fibrina, vem sendo bastante utilizada na Europa e nos Estados Unidos, tanto nos procedimentos médicos quanto odontológicos. No Brasil, a tecnologia, que acelera a regeneração do tecido ósseo, começa a dar seus primeiros passos para uma maior utilização nos procedimentos relacionados a enxertos ósseos e manipulação dos tecidos moles.
E uma direção nesse sentido foi a apresentação de Choukroun no Abross 2012 – X Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração, realizado em junho, em São Paulo. Além da palestra, o médico ministrou um curso de credenciamento voltado para cirurgiões-dentistas e médicos. “A técnica vem sendo muito comentada, porque oferece exatamente aquilo
que os cirurgiões procuram, que é uma cicatrização mais rápida. Além disso, o procedimento é muito simples e utiliza apenas o sangue do próprio paciente”, comentou o francês durante sua passagem pelo Brasil.
A tecnologia – segundo o professor Samy Tunchel, mestre em Implantodontia e especialista em Periodontia, que utiliza o PRF há quatro anos em seus procedimento – deriva da técnica PRP – Plasma Rico em Plaqueta, usada há mais de 20 anos. “O PRF veio para simplificar os procedimentos, como comprovam estudos demonstrando melhoria das condições locais para
que os enxertos e as manipulações dos tecidos ocorram”, informou.
O PRF atua de forma semelhante ao PRP, só que de maneira mais simples e rápida, com foco na concentração de fibrina, que dá início ao processo de cicatrização. Ela contém, por exemplo, fatores de crescimento, essenciais para uma boa vascularização, e faz a liberação dessa substância por um período de sete dias, oferecendo melhor condição local para que a cicatrização ocorra.
“A comparação com o PRP é inevitável e uma das principais vantagens que enxergamos é a praticidade, a facilidade de obtenção”, afirma Tunchel. “Enquanto no PRP precisamos colher o sangue, misturar com alguns produtos químicos, artificiais ou não, para se obter o resultado final, no PRF a obtenção é imediata. Depois de coletado o sangue, nenhum produto químico é adicionado, bastando somente colocar o tubo na centrífuga e aguardar 12 minutos que o produto
estará pronto, podendo ser utilizado em até quatro horas”, acrescentou.
Na Odontologia, o PRF é utilizado para levantamento de seio maxilar, enxertos de blocos, enxertos de alvéolos, técnicas periodontais de manipulação de retalhos e cirurgias estéticas periodontais, entre outras. Na Medicina, é mais usado na Ortopedia e na Cirurgia Plástica.